Infectologista atribui aumento a baixa cobertura da vacina bivalente; PBH recomenda máscaras apenas para pessoas imunossuprimidas ou sintomáticas
O número de casos de Covid-19 em Belo Horizonte cresceu 32,8% no mês de outubro deste ano. O número saltou de 6.256 diagnósticos confirmados (número total registrado em 2023 até o dia 27/09) para 8.309 (número total registrado em 2023 até o dia 01/11). Ou seja, foram 2.053 pessoas diagnosticadas com a doença no último mês. A capital mineira ainda contabilizou oito mortes na semana entre os dias 25 de outubro e 1° de novembro, totalizando 92 óbitos em 2023.
Os dados estão disponíveis nos boletins epidemiológicos divulgados semanalmente pela Prefeitura de Belo Horizonte.
De acordo com o médico infectologista Carlos Starling, uma das razões para o aumento de casos é a baixa cobertura vacinal da bivalente na capital. “Nós estamos vendo um aumento significativo do número de casos de Covid, não só em Minas e em Belo Horizonte, mas no país como um todo. Isso é o resultado da queda progressiva de imunidade, da baixa cobertura vacinal da vacina bivalente e da chegada de uma nova variante mais transmissível”, explica.
Baixa cobertura vacinal
Nessa quinta-feira (2), a prefeitura da capital divulgou um alerta sobre o baixo número de crianças vacinadas com a dose bivalente. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, apenas 7,9% das pessoas entre 6 meses e 2 anos receberam a terceira dose do imunizante. Já entre as crianças de 5 a 11 anos, apenas 15,1% foi vacinada com a dose de reforço.
O Ministério da Saúde afirma que é necessário que 90% da população esteja vacinada. Então, para tentar aumentar a cobertura vacinal das crianças e adolescentes da cidade, a PBH promove uma Campanha de Multivacinação até o dia 4 de novembro. Além do imunizante contra a Covid-19, outras vacinas como a de meningite, HPV, Febre Amarela e Poliomielite também estarão disponíveis. Veja os locais de vacinação.
Volta do uso de máscaras
Na quarta-feira (1°), a prefeitura de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, determinou a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados após um aumento de 306% nos casos confirmados de Covid-19 em apenas 26 dias. A medida vale para a população portadora de comorbidades e com risco aumentado da gravidade da doença, pessoas sintomáticas, funcionários e pacientes de centros de saúde, além de quem mora em instituições de longa permanência.
Questionada sobre a possibilidade da volta do uso de máscaras em Belo Horizonte, a Prefeitura afirmou que monitora a situação da covid-19 na cidade e que continua recomendando o uso apenas para pessoas imunossuprimidas ou com sintomas da doença.
Segundo o município, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) acompanha as suspeitas de novas variantes do vírus e, caso necessário, recomenda quais medidas devem ser tomadas na cidade.
O infectologista aponta que a principal recomendação ainda é a vacinação. “Se em Santa Luzia existe uma razão epidemiológica para se recomendar medidas restritivas, medidas de proteção individual, principalmente para grupos mais vulneráveis, isso está absolutamente correto. Mas o mais importante é enfatizar a necessidade de vacinação. As pessoas devem colocar a vacinação contra a Covid em dia. A vacina é gratuita e está em todos os postos de saúde da capital e região metropolitana”, diz.
Fonte: Itatiaia