Médicos fizeram manobras de reanimação cardiorrespiratória, mas ele não resistiu; a suspeita é de que ele estava gravando vídeos para uma rede social
Uma criança de dez anos morreu intoxicada após inalar um desodorante aerossol dentro de um guarda-roupa na casa onde mora, no bairro Pirajá, na região Nordeste de Belo Horizonte. A suspeita é de que o menino estava gravando vídeos para as redes sociais. Os médicos do Samu foram ao local, mas encontraram a criança sem vida.
De acordo com a Polícia Militar, a criança morava na casa com com os irmãos, o pai e a mãe. O menino estava brincando com os irmãos quando tudo ocorreu. A mãe contou aos militares que sentiu falta do filho e ao procurá-lo encontrou o garoto desacordado dentro do guarda-roupa.
O Samu foi até a residência da família e os médicos fizeram manobras de reanimação cardiorrespiratória, mas sem êxito. A perícia foi acionada e o corpo encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
Desafio do desodorante: como evitar que filhos entrem em brincadeiras fatais
A morte do menino João Victor Santos Mapa, de apenas 10 anos, após inalar meio vidro de desodorante aerosol em Belo Horizonte para cumprir um desafio visto na internet traz à tona um problema que os pais têm enfrentado: o avanço de jogos perigosos na internet. Se por um lado, o uso da rede é um caminho sem volta em uma sociedade que estuda, trabalha e se comunica por meio dela, por outro, ajuda a aumentar o repertório de crianças e adolescentes para o bem e para o mal, alertam especialistas.
O pai de João Victor, Fabiano Teixeira Santos, acredita que o filho tenha tido acesso ao desafio por meio de vídeos do YouTube. O menino, assim como muitos da mesma idade, assistia o conteúdo na televisão de casa diariamente, e se sentiu atraído pela brincadeira. O psicólogo Thales Vianna Coutinho explica que é típico das crianças e dos adolescentes buscar quebrar o tédio por meio de aventuras desse tipo. “A verdade é que as crianças sempre buscaram ação, desde a escalada na pedra lisa, até a entrada no meio do mato ou o mergulho no rio. Esses comportamentos sempre geraram problema e morte. O que ocorre é que a internet aumenta o repertório de desafios e traz o risco para dentro de casa com um acesso fácil. A rede amplia o cardápio ao criar novas possibilidades de explorar essas tendências”, diz.
O especialista explica que as crianças estão suscetíveis a esse tipo de situação, principalmente, por dois fatores: a pressão dos pares, no caso outras crianças e adolescentes, e a imaturidade para mensurar riscos.
O desafio do desodorante que levou à morte de João Victor ficou famoso em 2016. Também chamado pelos internautas de desafio do aerosol ele consiste basicamente em inalar a substância e manter a boca fechada pelo máximo de tempo possível. Desde então, vários casos de crianças e adolescentes com quadros graves de intoxicação e morte por parada cardíaca ganharam repercussão e a incidência foi reduzindo ao longo dos anos. Agora, o desafio voltou à tona e até ganhou uma repaginada no TikTok. A nova moda é borrifar uma grande quantidade de desodorante em um ponto do corpo por 10 segundos. Um adolescente do Reino Unido de 15 anos chegou a perder os mamilos em janeiro deste ano ao esvaziar duas latas de desodorante contra o peito nu. E existem vários outros tipos de disputas tão perigosas quanto circulando na internet.
Como impedir que crianças e adolescentes entrem nesse tipo de jogo?
Segundo o psicólogo Coutinho, impedir o acesso à internet não é uma opção, uma vez que as crianças e adolescentes precisam usar a rede para estudar e estar conectados com seus pares. Mas, é preciso criar regras e acompanhar o conteúdo. O especialista alerta que diálogo é o melhor caminho independentemente da idade da criança. “Toda criança consegue entender o que é explicado. É preciso adequar a explicação a uma linguagem acessível a ela, mas os pais precisam alertar sobre os riscos para que elas entendam que algumas brincadeiras não devem ser feitas. Se explicarmos os motivos, elas vão ter mais cuidado”, diz.
O desafio do desodorante que levou à morte de João Victor ficou famoso em 2016. Também chamado pelos internautas de desafio do aerosol ele consiste basicamente em inalar a substância e manter a boca fechada pelo máximo de tempo possível. Desde então, vários casos de crianças e adolescentes com quadros graves de intoxicação e morte por parada cardíaca ganharam repercussão e a incidência foi reduzindo ao longo dos anos. Agora, o desafio voltou à tona e até ganhou uma repaginada no TikTok. A nova moda é borrifar uma grande quantidade de desodorante em um ponto do corpo por 10 segundos. Um adolescente do Reino Unido de 15 anos chegou a perder os mamilos em janeiro deste ano ao esvaziar duas latas de desodorante contra o peito nu. E existem vários outros tipos de disputas tão perigosas quanto circulando na internet.
Como impedir que crianças e adolescentes entrem nesse tipo de jogo?
Segundo o psicólogo Coutinho, impedir o acesso à internet não é uma opção, uma vez que as crianças e adolescentes precisam usar a rede para estudar e estar conectados com seus pares. Mas, é preciso criar regras e acompanhar o conteúdo. O especialista alerta que diálogo é o melhor caminho independentemente da idade da criança. “Toda criança consegue entender o que é explicado. É preciso adequar a explicação a uma linguagem acessível a ela, mas os pais precisam alertar sobre os riscos para que elas entendam que algumas brincadeiras não devem ser feitas. Se explicarmos os motivos, elas vão ter mais cuidado”, diz.